Nas minhas pesquisas para entender um pouco melhor a IA, encontrei um artigo de Kemmis com o título ‘Action Research’[1].
Aqui ficam os meus apontamentos:
Kemmis apresenta a seguinte definição de IA:
‘Action research is a form of self-reflective enquiry undertaken by participants in social (including educational) situations in order to improve the rationality and justice of (a) their own social or educational practises, (b) their understanding of these practices, and (c) the situations in which the practises are carried out. It is most rationally empowering when undertaken by participants collaboratively, though it is often undertaken by individuals, and sometimes in cooperation with ‘outsiders’. In education, action research has been employed in school-based curriculum development, professional development, school improvement programmes, and systems planning and policy development. Although these activities are frequently carried out using approaches, methods, and techniques unrelated to those of action research, participants in these development processes are increasingly choosing action research as a way of participating in decision making about development.
In terms of method, a self-reflective spiral o cycles of planning, acting, observing, and reflecting is central to the action research approach.’ (pp.177-178).
[atenção ao vasto leque de áreas que o autor enumera, em que a IA foi e é, cada vez mais, aplicada de modo a melhorar a prática]
Realça também o facto de que a IA, realizada em trabalho colaborativo, consegue obter resultados mais profundos, o que nos remete para o trabalho em equipas de investigação - novamente a ideia de que o investigador não pode estar isolado.
Kemmis foca, igualmente, o método da espiral em ciclos de planeamento, acção, observação e reflexão. [com base em Kurt Lewin, ‘pai’ da IA]
Baseando-se em Carr e Kemmis, o autor afirma que a IA é uma das formas de investigação mais adequadas para a investigação em educação, porque contempla todos os pressupostos que considera fundamental:
'1- it must reject positivist notions of rationality, objectivity, and truth;
2- it must employ the interpretive categories of teachers (or the other participants directly concerned with the practices under inquiry);
3- it must provide ways of distinguishing ideas and interpretations which are systematically distorted by ideology from those which are not, and provide a view of how distorted self-understandigs can be overcome;
4- it must be concerned to identify and expose those aspects of the existing social order which frustrate rational change, and must be able to offer theoretical accounts which enable teachers (and other participants) to become aware of how they may be overcome;
5- it must be based on an explicit recognition that it is practical, in the sense that the question of its truth will be determined by the way it relates to practise.' (pp. 179-180)
[estamos perante uma perspectiva em tudo diferente da de Hammersley, analisada num post sobre a figura do professor-investigador!!!]
Duas ideias centrais sobre o ‘objecto’ da IA em educação:
- o ‘objecto’ são as práticas educativas (praxis), isto é, são as estratégias que são implementadas em resposta a um determinado contexto;
- a IA, sendo um estudo da praxis, tem de se traduzir na investigação da nossa própria praxis – isto é, só o ‘praticante’ pode investigar plenamente a sua praxis (voltamos à ideia do ‘teacher as researcher’).
Comentário:
Este artigo tem interesse por nos transmitir a perspectiva de um acérrimo defensor da IA e, ligada a esta, da figura do professor-investigador.
O artigo ganha particular relevo quando confrontado com as perspectivas de Hammersley, que não defende a IA e a figura do professor-investigador como o método de investigação/investigador mais adequado para a investigação educacional – antes considera que são mais um método e mais um tipo de investigador, com pontos fortes e fracos que convém ter presentes!
[1] KEMMIS, S. (1993). Action Research. In Hammersley, M. (edt.). Educational Research – current issues (pp.177-190). London: Paul Chapman Publishing.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
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