quinta-feira, 26 de junho de 2008

Resumo da leitura de Educational Research

No início desta Unidade Curricular, senti a necessidade de resumir toda a informação deste site para ter uma base de trabalho. Verifiquei que a informação cobre praticamente todos os conteúdos da Unidade Curricular. Portanto, optei por assumi-lo como ponto de partida em cada uma das actividades realizadas.
Desta forma, senti-me mais segura e disponível para procurar outros materiais.
É evidente que tenho a noção de que é necessário contrapor diversas perspectivas, no entanto, essa tarefa parece-me mais proveitosa quando há algum conhecimento prévio dos assuntos.


Deixo, então, aqui o resumo dos 18 capítulos de Educational Research. O original pode ser consultado a partir do espaço 'Gogos, conchas e pérolas':

Capítulo 1 – Introdução à Investigação Educacional
Objectivos da Investigação Educacional:
1- Exploratório (procura produzir novas ideias sobre algo) – investigação exploratória;
2- Descritivo (procura descrever características de algo/fenómeno) – investigação descritiva;
3- Explicativo (procura explicar o como e porquê algo funciona de uma determinada maneira – ligado à ideia de causalidade) – investigação explicativa;
4- Predição/prognóstica (prediction – procura elaborar predição exacta) – investigação prognóstica;
5- Influente/demonstrativa (procura aplicar os resultados da investigação de forma a terem impacto no mundo) – investigação demonstrativa;


Capítulo 2 – Investigação Quantitativa, Qualitativa e Mista
Existem três paradigmas de metodologia de investigação:
1- Quantitativo: a) investigação experimental
b) investigação não-experimental
2- Qualitativo
3- Misto: a) método misto
b) modelo de investigação misto
A- Métodos de Investigação Quantitativa:
Estão assentes em variáveis que podem ser:
1- independentes (causa mudanças em outra variável)
2- dependentes (sofre mudança devido a outra variável)
3- mediadora (aparece entre outras variáveis com função de delinear processo pelo qual uma variável afecta uma outra)
4- moderadora (tem função de delinear como uma relação de interesse muda com condições/circunstâncias diferentes.
Há variáveis de categoria (ex. género) e quantitativas.
A.1 - Investigação Experimental
- Estuda relações de causa-efeito e caracteriza-se pela manipulação de uma variável independente.
- Deve-se ter em conta explicações alternativas através de uma variável estranha/exterior (extraneous). Esta pode destruir uma investigação uma vez que compete com a variável independente na explicação do resultado.
A.2 – Investigação Não-experimental
Não há manipulação da variável independente nem distribuição ao acaso de participantes em grupos, portanto, mesmo que seja detectada uma relação entre duas variáveis, não se podem tirar conclusões de causa-efeito, uma vez que pode haver muitas outras explicações possíveis.
Investigação causal-comparativa (com uma variável independente de categoria e uma variável dependente quantitativa) – ex. género (VI) e resultados da turma (VD) – procura-se relação comparando os resultados médios dos elementos masculinos e dos elementos femininos;
Investigação de correlação (com uma variável independente quantitativa e uma variável dependente quantitativa) – ex. auto-estima (VI) e resultados da turma (VD) – procura-se uma relação calculando o coeficiente de correlação, portanto, um número que varia entre -1 e +1, sendo que 0 significa que não há qualquer relação; se o coeficiente de correlação for positivo, então há uma correlação positiva, isto é, as duas variáveis movem-se na mesma direcção; se o coeficiente de correlação for negativo, então há uma correlação negativa, isto é, as duas variáveis desenvolvem-se em direcções opostas (uma diminui e a outra cresce).
B- Métodos de Investigação Qualitativa:
Existem cinco tipos:
1- Fenomenologia – procura entender como um ou mais indivíduos percepcionam um fenómeno);
2- Etnografia – procura descrever a cultura de um grupo de pessoas;
3- Estudo de Caso – procura fornecer relato pormenorizado de um ou mais casos;
4- Investigação Histórica – procura investigar eventos do passado;
5- Teoria fundamentada (grounded theory) – procura gerar e desenvolver teorias a partir de dados recolhidos.
C- Métodos de Investigação Mistos:
1- Método de investigação misto - utilização do paradigma qualitativo numa fase do estudo e do paradigma quantitativo noutra;
2- Modelo de investigação misto - utilização simultânea de ambos os paradigmas numa mesma fase do estudo.
Uma das grandes vantagens deste método é a corroboração dos resultados do estudo por métodos diferentes.


Capítulo 3 – Desenvolver perguntas e uma proposta do projecto de investigação
- As ideias para a investigação resultam de uma abordagem inquisitiva à vida; elas podem surgir da vida quotidiana, que assuntos de cariz prático, de investigações existentes, da teoria...;
- Após a formulação de uma ideia/um problema, segue-se a revisão da bibliografia (ajuda a clarificar a pergunta ou hipótese da investigação – em livros, revistas especializadas, bases de dados, etc.);
- Atenção: a elaboração e planificação da investigação tem de ser realista, tendo em conta o tempo disponível, os recursos, os participantes,...;
- Passos para o desenvolvimento de uma ideia para a investigação: definir tema/área de investigação; definir problema/assunto dentro do tema/área; definir o objectivo da investigação; formular a pergunta da investigação (na quantitativa será frase interrogativa sobre uma relação; na qualitativa será frase interrogativa sobre um processo); formulação da hipótese (na quantitativa); elaboração da proposta do projecto de investigação;
- A proposta do projecto de investigação deve incluir os seguintes capítulos:
1- Introdução (vai do geral ao específico, apresentando o tema, o problema o objectivo; apresenta a bibliografia/estudos existentes; finaliza com pergunta ou hipótese da investigação);
2- Revisão da literatura (que estudos existem na área; qual o conhecimento actual sobre o tópico);
3- Metodologia (incluindo a análise de dados, que também pode aparecer como um capítulo à parte).


Capítulo 4 – Ética na investigação
- existem três abordagens à ética:
1- deontológica – definição e utilização de um código universal aquando da tomada de decisões (uma acção ou é ética ou não o é);
2- cepticismo ético – é impossível formular padrões éticos concretos e invioláveis (nunca são universais, uma vez que dependem da época, da cultura, do indivíduo...);
3- utilitarista - as decisões éticas são feitas com base num estudo da relação custos / benefícios da investigação.
- existem três áreas de preocupações éticas principais:
1- a relação entre a sociedade e a ciência (ex. investigação para a sociedade?;)
2- questões profissionais (ex. plágio);
3- tratamento dos participantes na investigação (ex. protecção da integridade física e psicológica dos participantes).
- Linhas orientadoras para um tratamento ético das pessoas que participam numa investigação:
· consentimento informado
· consentimento informado com menores (autorização dos pais e dos próprios, se possível)
· consentimento activo vs consentimento passivo (não tem de ser expresso)
· engano (fornecimento de informações erradas ou parciais)
· liberdade de desistir
· protecção da integridade física e psicológica dos participantes
· confidencialidade e anonimato
- para aprofundar as linhas orientadoras a seguir na investigação com pessoas, consultar American Education Research Association (também disponível no espaço 'Gogos, conchas e pérolas').


Capítulo 5 – Medição e avaliação estandardizada
- o acto de medir traduz-se na tentativa de identificar dimensões, quantidade, capacidade, grau de algo; são atribuídos símbolos ou números de acordo com um conjunto de regras;
- Existem 4 escalas de medição:
1- nominal (não-quantitativa)
2- ordinal (vai ordenar dados)
3- intervalar (vai ordenar com intervalos iguais, sem que exista ponto 0)
4- razão (tem características das anteriores com um ponto 0 real – ex. se o rendimento anual for 0, então não houve rendimento anual)
- Testagem: processo de medir variáveis através de procedimentos/instrumentos desenvolvidos para obter amostra de comportamento;
- Avaliação: recolha e integração de dados para realização de uma avaliação educacional, através da utilização de instrumentos como testes, entrevistas, estudos de caso, observação de comportamentos,...;
- Pressupostos para a testagem e avaliação (Cohen et al.):
1- existem traços e estados psicológicos;
2- os traços e estados psicológicos podem ser quantificados e medidos;
3- pode ser útil abordar de diversas formas aspectos do mesmo objecto de estudo;
4- avaliação pode fornecer respostas a perguntas muito importantes da vida;
5- avaliação pode identificar fenómenos para estudos posteriores;
6- fontes diversificadas de dados podem enriquecer o processo avaliativo;
7- existem sempre várias fontes de erro num processo avaliativo;
8- todas as técnicas de medição têm pontos fortes e pontos fracos;
9- comportamento verificado em situação de teste é prognóstico para comportamento fora da situação de teste;
10- mostras de comportamentos presentes são prognóstico para comportamentos futuros;
11- tanto a testagem como a avaliação podem ser efectuadas de forma honesta e isenta;
12- tanto a testagem como a avaliação são positivas para a sociedade.
- Os procedimentos de testagem e de avaliação caracterizam-se por elevados níveis de fiabilidade (consistência e estabilidade dos resultados) e de validade (correcção das inferências ou das interpretações a partir dos resultados);
- No coeficiente de fiabilidade interessam valores entre O e 1 (correlações positivas – ver cap.2 A.2);
- 4 formas de medir fiabilidade:
1- testar e retestar fiabilidade
2- fiabilidade de formas equivalentes
3- fiabilidade de consistência interna (coeficiente α)
4- fiabilidade de valores internos
- A validade é garantida através da recolha de evidências que apoiem inferência feita a partir dos resultados dos testes – existem 3 métodos principais para a recolha de evidências de validade:
1- evidências baseadas no conteúdo
2- evidências baseadas na estrutura interna
3- evidências baseadas em relações com outras variáveis.

Capítulo 6 – Métodos de recolha de dados
- devem ser utilizados diferentes instrumentos de recolha de dados;
- todos os instrumentos de recolha de dados têm pontos fortes e fracos;
- os principais instrumentos de recolha de dados são:

1- testes

Alguns pontos fortes
- fornecem medidas para muitas características humanas;
- são frequentemente estandardizados;
- permitem comparação de medidas comuns em todos os participantes;
- tem propriedades psicométricas elevadas (elevada validade de medição);
- há disponibilidade de dados de grupo de referência;
- podem ser administrados a grupos, poupando tempo;
- podem fornecer dados quantitativos puros;
- já existem testes desenvolvidos;
- a taxa de respostas é elevada quando administrado em grupos;
- a análise dos dados é mais fácil por serem quantitativos.

Alguns pontos fracos
- pode ser caro se tiver de ser adquirido à unidade;
- podem ocorrer efeitos reactivos;
- podem não ser adequados para alguns grupos específicos e únicos;
- não há questões abertas;
- a não resposta a determinados itens no teste;
- alguns não têm dados psicométricos.

2- Questionários
- 15 princípios para a construção de um questionário:
a) os itens devem corresponder aos objectivos da investigação;
b) o investigador deve entender os participantes (são eles que preenchem, não o investigador);
c) utilização de linguagem acessível e clara;
d) os itens devem ser claros, precisos e tão sucintos quanto possível;
e) os itens devem estar formulados de forma a não orientar o participante na sua resposta, nem a causar reacções emotivas através da linguagem utilizada;
f) evitar questões duplas;
g) evitar questões com dupla negativa;
h) decidir se são necessárias questões abertas ou fechadas;
i) nas questões fechadas utilizar categorias de respostas mutuamente exclusivas (não há categorias que se sobreponham) e exaustivas (cobrir todas as possibilidades de resposta);
j) ter em conta as diferentes categorias de resposta possíveis e seleccionar a mais adequada (ex. escalas, listas de verificação,...);
k) utilização de várias questões para medir aspectos mais abstractos;
l) utilização de diferentes métodos para medir aspectos mais abstractos;
m) evitar reverter a sequência das palavras para prevenir padrões de respostas;
n) o questionário deve ser de fácil utilização;
o) fazer uma experiência piloto com o questionário – vai permitir os ajustamentos necessários.

Alguns pontos fortes
- è bom para medir atitudes dos participantes;
- pode não ser muito caro;
- pode fornecer informação sobre os sentimentos e raciocínios dos participantes;
- pode ser administrado a grupos;
- participantes podem aperceber-se do anonimato;
- se bem construído e validado pode atingir validade de medição bastante elevada;
- questões fechadas podem fornecer exactamente os dados pretendidos pelo investigador;
- questões abertas podem fornecer dados detalhados nas palavras do participante;
- útil para a exploração e confirmação.

Alguns pontos fracos
- devem ser breves;
- pode haver efeitos reactivos;
- pode haver não respostas a determinados itens;
- participantes podem estar esquecidos de determinada informação;
- se enviados por correio tradicional ou electrónico, as taxas de resposta podem ser baixas;
- as questões abertas podem ser condicionadas pela capacidade de resposta do participante;
- a análise de dados das questões abertas exige tempo;
- medições precisam de ser validadas.

3- Entrevistas
- podem ser quantitativas (com respostas fechadas) ou qualitativas (estruturadas, semi-estruturadas ou abertas).

Alguns pontos fortes
- boa para medir atitudes e outros conteúdos de interesse;
- permite voltar atrás, aprofundar questões, pedir para explicitar;
- pode fornecer informações detalhadas e aprofundadas;
- pode fornecer informação sobre os sentimentos e raciocínios do participante;
- entrevistas estruturadas podem fornecer exactamente a informação pretendida;
- quando o guião está bem construído e testado, tem uma validade de medição bastante elevada;
- conseguem-se elevadas taxas de participação;
- útil para a exploração e confirmação.

Alguns pontos fracos
- entrevistas presenciais exigem tempo e podem ser caras;
- pode haver efeitos reactivos;
- pode haver efeitos causados pelo entrevistador;
- entrevistados podem estar esquecidos de informação importante ou não ter noção da sua importância e omitir;
- entrevistados não conseguem aperceber-se facilmente do anonimato;
- nas entrevistas qualitativas a análise de dados exige tempo;
- medições precisam de ser validadas.

4- Grupos de Foco (Focus Groups)
Alguns pontos fortes
- úteis para explorar ideias e conceitos;
- mostram como participantes pensam;
- pode fornecer informação aprofundada;
- pode servir para verificar como participantes interagem;
- permite voltar atrás, aprofundar questões, pedir para explicitar;
- a maioria dos conteúdos pode de ser explorada em grande profundidade;
- tem resultados imediatos.

Alguns pontos fracos
- pode ser caro;
- pode ser difícil encontrar um moderador com as competências e os conhecimentos adequados;
- podem ocorrer efeitos reactivos ou de investigador;
- pode haver um domínio de um ou dois participantes;
- há dificuldade na generalização dos resultados se os grupos não forem amostras representativas;
- pode fornecer muita informação desnecessária;
- a validade da medição pode ser baixa;
- a análise de dados pode exigir muito tempo.


5- Observação
- pode ser de laboratório ou naturalista.
- pode ser quantitativa ou qualitativa.
- na qualitativa o investigador pode assumir diferentes papéis:
a) participante integrado (como elemento do grupo sem informar da investigação);
b) participante como observador (estar presente durante longos períodos de tempo, informando do seu papel);
c) observador como participante (estar presente durante pouco tempo, informando do seu papel);
d) observador ‘por inteiro’ (observar de fora, sem informar o grupo de que está a ser alvo de uma investigação).

Alguns pontos fortes
- verificação directa, sem intermediários;
- fornece experiência em primeira mão, principalmente se observador participar;
- pode fornecer medição de comportamentos relativamente objectiva;
- observador pode verificar o que não acontece;
- excelente para descobrir o que acontece em determinados contextos;
- ajuda a entender a importância de factores do contexto;
- pode ser utilizada com participantes com fracas competências verbais; - pode fornecer informação sobre tópicos sobre os quais as pessoas preferem não falar;
- observador pode ir além das percepções das pessoas;
- boa para descrever;
- fornece grau de realismo moderado quando exterior ao laboratório.

Alguns pontos fracos
- as razões para um determinado comportamento observado pode ser pouco claras;
- pode haver efeitos reactivos;
- pode haver efeitos do investigador;
- observadores podem ficar demasiado integrados (percepção condicionada por identificação com grupo);
- a amostra de pessoas e contextos observados pode ser limitada;
- não serve para observar populações numerosas ou dispersas;
- alguns contextos e conteúdos de interesse não podem ser observados;
- Pode ser recolhida muita informação irrelevante;
- pode ser mais caro do que questionários ou testes;
- a análise de dados pode exigir muito tempo.


6- Dados existentes ou secundários (secondary data)
- dados secundários ou existentes são contrastados com dados primários (primary data) recolhidos para o novo estudo sobre um determinado aspecto;
- podem ser dados secundários:
a) documentos;
b) dados físicos;
c) dados arquivados de investigações anteriores.

Alguns pontos fortes de documentos e dados físicos:
- podem fornecer dados sobre o que pessoas pensam e fazem;
- com efeitos reactivos ou de investigador pouco prováveis;
- podem referir-se a períodos de tempo já muito distantes;
- podem fornecer dados históricos e de background sobre pessoas, grupos e organizações;
- úteis para corroboração;
- fundamentados/ligados aos contextos;
- úteis para a exploração.
Alguns pontos fortes de dados arquivados de investigações anteriores:
- existem sobre uma grande variedade de tópicos;
- são baratos;
- podem servir para estudar tendências;
- são geralmente fiáveis e válidos;
- fácil análise do dados;
- estão frequentemente baseados em amostras de grande qualidade e probabilidade.

Alguns pontos fracos de documentos e dados físicos:
- podem estar incompletos;
- podem ser representativos de só uma perspectiva;
- o acesso a alguns tipos de conteúdos é limitado;
- podem não fornecer dados sobre o que os participantes pensam sobre os dados físicos;
- podem não ser aplicáveis a população em geral.

Alguns pontos fracos de dados arquivados de investigações anteriores:
- pode não haver sobre a população que interessa ao investigador;
- pode não haver sobre as perguntas de investigação formuladas;
- podem estar desactualizados;
- geralmente não existem dados abertos ou qualitativos.


Capítulo 7 – Selecção dos participantes / da amostra (sampling)
- geralmente, quando são feitas amostras, procura-se obter amostras representativas;
- existem técnicas de selecção de amostra ao acaso (random):
1- técnica de selecção simples (epsemequal probability sampling method);
2- técnica de selecção sistemática (com intervalos fixos de selecção – pode ter o problema da periodicidade);
3- técnica de selecção estratificada (pode ser proporcional ou não);
4- técnica de selecção com clusters (conjuntos de indivíduos – ex. turma,...).
- existem técnicas de selecção de amostra que não são ao acaso (non random), geralmente utilizadas em investigação qualitativa:
1- técnica de selecção por conveniência;
2- técnica de selecção por quota;
3- técnica de selecção intencional (investigador define características das pessoas que pretende na amostra e depois procura indivíduos adequados – há muitas formas de proceder);
4- técnica de selecção ‘bola de neve’.


Capítulo 8 – Validade dos resultados da investigação
A- Problemas de validade na investigação quantitativa:
1- a variável ‘externa’ (extraneous) pode competir com a VI na explicação dos resultados;
2- a variável ‘perturbadora’ (confounding) ou a terceira variável é uma variável ‘externa’ que efectivamente causa dificuldade porque tem relação com as VI e VD;
3- existem quatro tipos (dominantes) de validade na investigação quantitativa:
a) validade de conclusão estatística (ver capítulo 16);
b) validade interna (validade causal): a validade causal depende do cumprimento de três critérios (existência de relação entre variável A e B, adequação da sequência temporal, a relação entre A e B não tem explicação alternativa (variável ‘perturbadora’ ou ‘externa’)); existem muitos perigos para a validade interna (ex. sequência temporal ambígua, ...);
c) validade externa (tem a ver com o grau em que resultados de um estudo podem ser generalizados para um conjunto de pessoas, contextos (validade ecológica), períodos de tempo, consequências e variações de tratamento);
d) validade de ‘construção’ (construct – na investigação educacional é comum terem de ser representadas e medidas diferentes ‘construções’, como p. ex. escala de auto-estima de Rosenberg).
B- Tipos (dominantes) de validade na investigação qualitativa:
1- validade descritiva – pode ser garantida, p. ex., através da triangulação de investigadores;
2- validade interpretativa - pode ser garantida, p. ex., através do feedback do participante;
3- validade teórica - pode ser garantida, p. ex., através da triangulação de teorias;
4- validade interna (causa-efeito) - pode ser garantida, p. ex., através da triangulação de métodos ou de dados;
5- validade externa (generalização) - pode ser garantida, p. ex., através da teoria fundamentada (grounded theory).


Capítulo 9 – Investigação experimental
- rever capítulo 2;
- definição de experiência: uma situação em que investigador objectivamente observa um fenómeno que é provocado numa situação totalmente controlada em que uma ou mas variáveis são alteradas e outras mantidas constantes;
- existem diversas formas de manipulação das variáveis;
- existem diversas formas de controlar a variável ‘perturbadora’;
- existem experiências com estruturas fracas (weak experimental research design) e fortes (strong...).


Capítulo 10 – Investigação ‘quase-experimental’ e ‘caso-único’
- investigação ‘quase-experimental’ – quando é impossível seleccionar e distribuir participantes ao acaso (random), quando nem todas as variáveis ‘perturbadoras’ podem ser controladas, quando nem todos os critérios são totalmente cumpridos;
- investigação ‘caso-único’ - quando a experiência é efectuada em um ou dois participantes.


Capítulo 11 – Investigação quantitativa não-experimental
- rever capítulo 2;
- torna-se necessária com variáveis independentes que não podem ser manipuladas;
- passos da investigação quantitativa não-experimental:
1- determinar o problema e a hipótese de investigação;
2- seleccionar as variáveis a serem utilizadas;
3- recolher os dados;
4- analisar os dados;
5- interpretar os dados;
- para poderem concluir relações de causa-efeito têm de cumprir os três critérios da investigação experimental (o que pode ser muito difícil);
- existem técnicas de controlo de variáveis ‘externas’ neste tipo de investigação (ex. tentar mantê-las constantes);
- podem ter diferentes objectivos, sendo os mais comuns a descrição, prognóstico ou a explicação.


Capítulo 12 – Investigação qualitativa
- rever capítulo 2;
- com base na recolha de dados qualitativos;
- apresentação, em quadro, de doze características deste tipo de investigação, subdivididas em estratégias de design, estratégias de recolha de dados e trabalho de campo e estratégias de análise;
- na fenomenologia a questão base é: qual o significado, a estrutura e a essência de uma experiência vivida deste fenómeno por um indivíduo ou um grupo de indivíduos?; emerge da filosofia; investigador procura estruturas invariáveis (essências); um dos métodos mais adequados é a entrevista aberta; objectivo é descrição dessas essências;
- na etnografia a questão base é: quais as características culturais deste grupo de pessoas ou deste contexto cultural?; emerge da antropologia; investigador procura descrição holística; um dos métodos mais adequados é a observação participante num período de tempo prolongado; objectivo é descrição detalhada de contextos ou temas culturais;
- no estudo de caso a questão base é: quais as características deste caso específico ou destes casos de comparação?; emerge de diversas disciplinas, como p. ex. a medicina, o direito; existem três tipos de estudo de caso diferentes: intrínseco (procura descrever as particularidades de um determinado caso), instrumental (procura entender algo mais geral do que somente o caso específico) e colectivo (estudo e comparação de vários casos específicos num só estudo); é utilizada uma multiplicidade de métodos; objectivo é a descrição detalhada e holística do caso e do seu contexto;
- a teoria fundamentada (grounded theory) a questão base é: qual a teoria ou explicação que emerge da análise dos dados recolhidos sobre este fenómeno?; emerge da sociologia; o investigador procura gerar uma teoria ou explicação; um dos métodos mais adequados é a entrevista (20-30 pessoas); tem quatro características fundamentais: adequação, clareza, generalização e controlo; objectivo é apresentar uma teoria fundamentada em descrição clara e detalhada de um fenómeno.

Capítulo 13 – Investigação histórica
- rever capítulo 2;
- assente no processo de analisar, de forma sistemática, eventos dos passado, para poder relatar os acontecimentos;
- 5 razões para investigação histórica: descobrir o desconhecido, responder a questões, descobrir relações entre o passado e o presente, registar e avaliar feitos alcançados por indivíduos ou instituições, ajudar a entender a nossa cultura actual;
- passos: identificação do tópico de investigação e formulação do problema ou da questão da investigação; recolha de dados e revisão bibliográfica; preparar o relatório ou narrativa expositiva.

Capítulo 14 – Modelo e método mistos de investigação
- rever capítulo 2;
- investigação mista justificada por tese da compatibilidade e filosofia do pragmatismo;
- pontos forte e fracos da investigação quantitativa:

Alguns pontos fortes
- testar e validar teorias já existentes sobre como e porquê fenómenos ocorrem;
- testar hipóteses formuladas antes da recolha de dados;
- resultado da investigação pode ser generalizado se com base em amostra seleccionada ao acaso e com tamanho suficiente para ser reprentativa;
- útil para conseguir dados que permitam prognósticos quantitativos;
- o controlo da variável ‘perturbadora’ permite concluir relação causa-efeitos fortes;
- muitos dos métodos de recolha de dados são rápidos;
- fornece dados precisos, numéricos,
- a análise de dados exige menos tempo;
- os resultados são relativamente independentes do investigador;
- pode ser considerado mais credível por pessoas com poder;
- útil para estudar grande número de pessoas.

Alguns pontos fracos
- as categorias definidas pelo investigador podem não reflectir o entendimento dos constituintes (constituents);
- as teorias utilizadas pelo investigador podem não reflectir o entendimento dos constituintes (constituents);
- investigador pode não aperceber-se da ocorrência de um fenómeno por estar tão focado na testagem de uma hipótese ou teoria;
- a teoria produzida pode ser demasiado abstracta ou geral para ter aplicações práticas.

- pontos forte e fracos da investigação qualitativa:
Alguns pontos fortes
- dados baseados nas categorias de significação dos participantes;
- útil para o estudo profundo de casos específicos;
- útil na descrição de fenómenos muito complexos;
- permite comparação de casos;
- fornece o entendimento e a descrição das pessoas relativamente às suas experiências individuais de certos fenómenos;
- permite descrição detalhada de fenómenos no seu contexto real;
- investigador consegue identificar factores de ligação entre o fenómeno e o contexto;
- permite estudar processos dinâmicos;
- o método da teoria fundamentada permite gerar teorias explicativas;
- permite recolha de dados em contexto natural;
- pode ser adaptada às condições do contexto,...;
- perante determinados desenvolvimentos o investigador pode mudar o seu foco de atenção ou o método.

Alguns pontos fracos
- o conhecimento produzido pode não ser generalizável;
- difícil de permitir prognósticos quantitativos;
- difícil de confirmar teorias com grande número de participantes;
- pode ser considerada menos credível pelas de pessoas do poder;
- recolha de dados mais demorada;
- análise de dados exige muito tempo;
- resultados podem ser influenciados por investigador.

- pontos fortes e fracos da investigação mista:
Alguns pontos fortes
- permite utilização de palavras, imagens e narrativas para dar significado a números;
- permite a utilização de números para dar precisão a imagens, palavras e narrativas;
- pode explorar pontos fortes tanto da investigação quantitativa como da qualitativa;
- teorias fundamentadas podem ser geradas e testadas;
- consegue dar mais resposta às necessidades investigativas;
- permite corroboração, através da triangulação;
- informação fornecida é mais completa.

Alguns pontos fracos
- muito trabalhoso para um só investigador;
- investigador tem de conhecer mais metodologias;
- é mais caro;
- exige mais tempo.

- existem vários modelos mistos de investigação;

- os métodos mistos de investigação são classificados segundo a sua dimensão temporal e o domínio dos paradigmas;
- passos do processo de investigação mista: determinar se design misto é adequado; determinar a fundamentação lógica para a utilização do design misto; seccionar um método ou modelo misto de investigação; recolher os dados; analisar os dados; validar os dados; interpretar os dados; escrever o relatório.

Capítulo 15 – Estatística descritiva
- é utilizada para descrever, sumariar e explicar ou dar sentido a um conjunto de dados;
- distribuição de frequência – mostra p. ex. frequência de determinada ocorrência);
- apresentações gráficas dos dados;
- medição de tendências centrais (moda, mediana e média);
- medição de variabilidade – mostra p. ex. a variabilidade de um conjunto de números (variação);
- medições de ‘posicionamento relativo’ (relative standing) – fornece dados sobre a posição de determinados dados relativamente a outros (percentil, ‘z-scores’);
- examinar relações entre variáveis – com tabelas de contingência e análise de regressão.

Capítulo 16 – Estatística inferencial
- divide-se em estimativa e testagem de hipótese;
- utilizada para formular inferências sobre as características de uma população baseadas nos dados das amostras (pretende ir além dos dados);
- só possível com selecção ao acaso ou distribuição ao acaso da amostra;
A. Estimativa:
- utilização dos dados da amostra para fornecer informação sobre a população. - - Existem dois tipos:
1- estimativa de um valor (point estimation) – interessa obter um só número;
2- estimativa intervalar (interval estimation) – interessa obter um conjunto de números;
B. Testagem de hipótese:
- verifica até que ponto os dados da amostra confirmam a ‘hipótese nula’ (null hypothesis) e quando é que esta pode ser rejeitada em favor da hipótese alternativa, isto é, interessa identificar o nível alfa (geralmente 0,05) a partir do qual um resultado é considerado improvável;
- o valor de probabilidade é igual ou menor ao nível alfa para permitir a rejeição da hipótese nula;
- Tipos de testes:
1- t-test para amostras independentes: para determinar se a diferença entre dois grupos é estatisticamente significativa;
2- one-way analysis of variance: para comparar as médias de dois ou mais grupos através da significância estatística;
3- post hoc tests in analysis of variance: para decidir num grupo de três ou mais quais as médias que são significativamente diferentes (depois do teste 2);
4- t-test para coeficientes de correlação: para determinar se um coeficiente de correlação observado é estatisticamente significativo;
5- t-test para coeficientes de regressão: para determinar se um coeficiente de regressão é estatisticamente significativo;
6- chi-square test for contingency tables: para determinar se a relação observada numa contingency table (?) é estatisticamente relevante.

Capítulo 17 – Análise de dados na investigação qualitativa
- interim analysis – o processo cíclico de recolher e analisar dados no decorrer de um só estudo;
- memoing – registo de reflexões sobre o que se está a aprender dos dados;
- registo de dados e arquivo (data entry and storage) – transcrição de dados;
- codificação e desenvolvimento de sistemas de categorias – leitura dos dados transcritos e respectiva segmentação; codificação é a marcação desses segmentos através de símbolos, nomes descritivos ou de categorias (existem muitas formas de codificação e muitas categorias);
- corroboração e validação dos resultados – é essencial na investigação qualitativa; existem várias estratégias como p. ex. a triangulação de dados, de investigador, de teorias.

Capítulo 18 – Preparação do relatório de investigação
- existem princípios gerais para a escrita dos relatórios;
- o capítulo apresenta recomendações breves para a escrita de relatórios de investigação quantitativa, qualitativa e mista.

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